Zonas de Metamorfismo
Dione Veiga Vieira, 2015. Fotografia em Cores, Tríptico.
(...) Caso o espectador se contente com uma mirada rápida, talvez tenha a impressão de que algumas cenas se repetem em fotografias de diferentes dimensões. Dedicando um pouco mais de atenção – lembrando a proposição do artista espanhol Antoni Muntadas, quando defende que “percepção requer envolvimento” –, percebe-se variações sutis em alguns elementos ou pontos da cena. Estas pequenas diferenças remetem à passagem do tempo, fluindo em ritmo aparentemente lento. Com o título da exposição Zonas de Metamorfismo referindo-se às transformações sofridas pelas rochas, a artista pretende remeter aos fluxos do tempo geológico, cuja escala de mudança está muito além da experiência humana. Assim, a experiência proposta através da arte, de modo geral, e no caso destas séries de fotografias e instalação, em particular, propõe uma desaceleração no ritmo da percepção. Um corpo que parece pedra, um cenário que oscila entre que é mesmo leve ou pesado, apresenta-se denso ou fluído.
Trecho de texto sobre a exposição Zonas de Metamorfismo, 2015.